Estar na sala de aula é interessante por diversas razões. Nesse cenário, para quem tem mais de 50 anos, tornar-se estagiário mantém a mente ativa e pode proporcionar maior estabilidade financeira para a família. Ademais, é capaz de ajudar os colaboradores do time com sua bagagem dos anos vividos. Conforme pesquisa da Associação Brasileira de Estágios (Abres), entre 2021 e 2024, o volume de estagiários com mais de 50 anos ultrapassou 518%.

 

Em 2024, foram mais de 3 mil estagiários com 50+ no Brasil

Conforme histórico de dados, levantados pela Abres, em 2021, existiam 550 estagiários com mais de 50 anos no Brasil. Em 2022, o número passou para 908, com crescimento de 65%. Já em 2023, alcançou 1.711, ou seja, 88,5% de aumento.

Somente em 2024, esse grupo contabilizou 3.400 indivíduos, uma porcentagem de 98,74% de expansão quando comparado com 2023. O cenário ainda está longe do ideal, tendo em vista o etarismo no meio empresarial. Porém, demonstra uma perspectiva positiva para o futuro do Brasil.

Veja os números:

2021: 550 estagiários

2022: 908 estagiários (+ 65%)

2023: 1711 estagiários (+ 88,5%)

2024: 3.400 estagiários (+ 98,74%)

Entre 2021 e 2024, o crescimento foi de 518,2%

 

Em São Paulo, a expansão foi de 630% entre 2021 e 2024 

Em São Paulo, os números também são gradativos. Em 2021, foram calculadas 171 pessoas. Em 2022, 230. Já em 2023, 330. Por fim, 2024 alcançou a maior marca, com 1.250 estagiários com mais de 50 anos.

“Percebemos como a educação a distância e o home office facilitaram a presença desse grupo no meio acadêmico e corporativo. Isso porque agrega flexibilidade e acessibilidade para quem já tem a experiência dos anos. Além disso, os estagiários são muito valiosos para as empresas”, afirma Carlos H. Mencaci, presidente da Abres.

Confira:

2021: 171 estagiários

2022: 230 estagiários (+ 34,5%)

2023: 330 estagiários (+ 43,4%)

2024: 1250 estagiários (+ 278,7%)

Entre 2021 e 2024, a expansão foi de 630,9%

 

Cursos mais procurados pelos estagiários acima de 50 anos 

O curso com mais estagiários de 50+ é Pedagogia, com 21% das vagas, seguido por Administração (9,8%), Direito (8,8%), Educação Física (7,8%), Engenharia Civil (6,8%), Ciências Contábeis (6,8%), Psicología (4,9%), Terapia Ocupacional (4,9%), e Fonoaudiologia (4,9%).

Pedagogia e Educação Física, por exemplo, oferecem flexibilidade para atuar em diversas áreas da educação, e a demanda por educadores experientes e interessantes é sempre alta. “Quanto à Administração, Direito, e Ciências Contábeis permitem a transição de carreira de forma mais suave. Pessoas com experiência em outras áreas podem aproveitar suas habilidades administrativas e de gestão”, comenta Mencaci. Já os cursos como Psicologia, Terapia Ocupacional e Fonoaudiologia permitem  atuação autônoma e empreendedorismo, isso acaba sendo um atrativo para pessoas mais velhas.

Em sua maioria, os estagiários 50+ se encontram nesses cursos:

Pedagogia (21%)

Administração (9,8%)

Direito (8,8%)

Educação Física (7,8%)

Engenharia Civil (6,8%)

Ciências Contábeis (6,8%)

Psicología (4,9%)

Terapia Ocupacional (4,9%)

Fonoaudiologia (4,9%).

 

Flexibilidade e experiência: por que os estagiários 50+ são valiosos

Um dos motivos é a mudança na qualidade de vida. “As pessoas estão vivendo mais e melhor, com isso, reconsideram suas carreiras e novas oportunidades de estudo e trabalho”, explica o presidente da Abres.

Além disso, com a pandemia, com uma vida estabilizada, eles tiveram a oportunidade de revisar suas profissões e voltar a estudar, especialmente por meio de EAD (Educação a Distância). Os custos menores de uma faculdade, graças ao EAD e à maior cobertura de Internet, facilitaram o acompanhamento das aulas em casa, feitas por vídeo e outras ferramentas digitais.

Ademais, não existe idade máxima para se tornar estagiário. Qualquer cidadão com mais de 16 anos pode participar do programa. Para isso, basta estar matriculado no ensino superior, profissional, médio, da educação especial e dos anos finais do ensino fundamental, na modalidade profissional da educação de jovens e adultos – EJA.

 

 

Fonte: Carlos H. Mencaci, presidente da Abres

Site: www.abres.org.br