A Embaixada da República Árabe do Egito, através de seu cônsul Mohamed Elkhatib, promoveu no Salão Vermelho da Prefeitura de Campinas o seminário “Acordo Bilateral Brasil x Egito” para explicar os principais pontos do Acordo de Livre Comércio entre Egito e Mercosul, onde diversos produtos têm importantes isenções de impostos de importação.

O evento contou com a presença de um grupo de 60 alunos do curso de Relações Internacionais da PUC Campinas e apoios da Space Samples e Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Social e de Turismo da Prefeitura de Campinas.

 

Para o vice-prefeito, o encontro foi uma oportunidade de ampliar os contatos e mostrar o potencial de negócios dos dois países e também do município. “Campinas é uma cidade global. É preciso mostrar o que a Prefeitura tem feito ao receber as comitivas de todo mundo. Eu tenho tido a honra de representar Campinas em algumas missões e receber delegações que visitam a cidade, e vemos que essas pessoas têm uma visão muito ampla das relações entre cidades, estados e países”, disse. 

O secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, André von Zuben, lembrou que “relações internacionais são construídas ao longo do tempo e se baseiam em confiança”. “O potencial da nossa cidade e região é o que temos para oferecer ao Egito e para o mundo, como polo de ciência, tecnologia e educação. Campinas é hoje um dos destinos mais importantes do turismo de negócios no Brasil. Temos um potencial de negócios com o Egito muito rico”, destacou. Para von Zuben, o acordo bilateral Brasil-Egito é um instrumento de fomento que vai ajudar que o relacionamento comercial se desenvolva.

 

Egito e Brasil via Mercosul

Com o objetivo de apresentar a empresários de Campinas e região os principais pontos do acordo de livre comércio entre o Egito e o Mercosul, o cônsul comercial do Egito em São Paulo, Mohamed Elkhatib, abriu o evento mostrando os planos para a construção de “um novo Egito”. Ele afirmou que mesmo sendo uma civilização de mais de sete mil anos, o Egito não é apenas forte em história e turismo.

O país está construindo 11 novas cidades, em projetos arrojados e com alta tecnologia de inteligência, entre elas, uma nova capital administrativa; tem investido na ampliação de zonas francas no estratégico Canal de Suez; na construção de uma grande malha de rodovias; na geração de energia com exploração de gás natural; e desenvolvimento de uma indústria de pesca sustentável. São várias áreas que estão abertas ao investimento e participação de empresas brasileiras, segundo ele, que teriam como participar.

O Acordo de Livre Comércio (ALC) entre Egito e o Mercosul foi inicialmente assinado em 2010 e ratificado em 2012, entrando em vigor em 2017. Por esse acordo, os países do bloco Mercosul, o Brasil entre eles, definiram três pilares: comércio, investimento e resolução de conflitos.

São várias categorias de produtos com redução ou até isenção de impostos previstos no ALC. No mês de setembro, o acordo de livre comércio entre Egito e Mercosul completou dois anos. Também no mês passado, autoridades egípcias aprovaram o Certificado Sanitário Internacional (CSI) para exportações brasileiras de leite e derivados, aumentando a abertura de mercado entre os países.

Hoje, a balança comercial entre Brasil e Egito faz dos países importantes parceiros. A maior parte das exportações brasileiras para o país do nordeste da África ainda são comodities, como carne bovina, frango, soja, milho, café e gado vivo. Já o Egito, exporta para o Brasil principalmente fertilizantes, usados em grande escala na agricultura, e também verduras, legumes e frutas, algodão para tecelagem, azeites e azeitonas, mármores e granitos, entre outros produtos.

Segundo o cônsul Mohamed Elkhatib, seu país oferece incentivos para investimentos estrangeiros, que são tratados como os egípcios, e também há atrativos como energia elétrica a custo baixo, não haver encargos trabalhistas e ter permissão de envio integral de rendimentos para os países de origem.

A palestra foi organizada pela Embaixada da República Árabe do Egito e seu Escritório Econômico e Comercial em São Paulo, teve apoio institucional da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Social e de Turismo de Campinas, por meio do Departamento de Cooperação Internacional, e patrocínio da empresa Space Samples, que faz a divulgação de empresas de vários países interessados em comércio exterior.

 

 

 

Fotos: Paulo Fleury / Circuito Fechado