Começaram no mês de fevereiro os trabalhos de preparação para a edição histórica que marcará os 25 anos da “Campinas Decor”, principal mostra de arquitetura, decoração e paisagismo do interior paulista, com início previsto para o final de abril ou início de maio e que terá como cenário o antigo prédio do Cotuca (Colégio Técnico de Campinas), recuperando assim um importante imóvel do patrimônio público projetado por Ramos de Azevedo.
Serão 65 espaços internos e externos, que serão assinados por alguns dos mais renomados profissionais do setor de Campinas e região que poderão soltar a criatividade em diversas salas, suítes, banheiros e terraços, além de jardins e espaços comerciais e de uso dos visitantes, mostrando as tendências e o que há de mais moderno em artigos para decoração e construção, revestimentos, mobiliário, luminotécnica, automação residencial e tudo o que envolve esse universo. São ambientes amplos e com pé direito alto, que possibilitarão aos profissionais desenvolverem seus projetos com muita liberdade criativa.
Sueli Cardoso e Teresa Dib Zambon Atvars, respectivamente diretora da mostra e Vice-Reitora da Unicamp, receberam todos e nós fomos conferir!
Recuperação do patrimônio público
A realização da edição 2020 da Campinas Decor no Cotuca será possível graças a um convênio de permissão de uso firmado entre a organização do evento e a Unicamp (Universidade Estadual de Campinas). O termo tem como objetivo a cooperação entre a universidade e a iniciativa privada para a conservação do imóvel.
Construído no início do Século 20 e localizado no número 177 da Rua Culto à Ciência, bairro Botafogo, região central da cidade, o complexo do Edifício “Bento Quirino” foi cedido pela Secretaria de Educação para uso da Unicamp e de 1967 a 2014 abrigou o colégio. Trata-se uma grandiosa construção tombada pelo Patrimônio Histórico, de orientação eclética de tendência neoclássica, projetada pelo engenheiro‑arquiteto Francisco de Paula Ramos de Azevedo (1851‑1928), considerado responsável pela introdução de novos conceitos para a organização da arquitetura escolar à luz dos ideais de ensino republicanos.
O Cotuca vem funcionando em imóvel alugado no bairro Taquaral desde agosto de 2014, devido à interdição em fevereiro do mesmo ano do prédio doado pelo abolicionista Bento Quirino dos Santos, com breve interim das atividades no campus da Unicamp em Barão Geraldo.
Após a realização da mostra e o trabalho de recuperação que será executado pela organização, expositores, patrocinadores e fornecedores, o colégio voltará a funcionar no local e a expectativa é de que isso aconteça já em agosto de 2020.
A Campinas Decor 2020 será a nona edição da mostra a ser realizada em um prédio de propriedade pública e a terceira em parceria com a Unicamp. A primeira dobradinha com a universidade aconteceu em 2008, na Estação Guanabara, da qual a Unicamp é comodatária. O prédio da antiga estação foi totalmente recuperado e passou a abrigar o CIS-Guanabara – Centro Cultural de Inclusão e Integração Social. Em 2018, o evento recuperou as edificações da Fazenda Argentina, adquirida pela universidade para fins de expansão, e que após a reforma passou a ser utilizado pela universidade para a instalação do escritório de sua agência de inovação e de empresas startups.
Além dos prédios citados, a Campinas Decor já recuperou o Casarão do Lago do Café (2003), o Instituto Agronômico de Campinas (nas edições de 2009 e 2010, em locais diferentes), a Estação Cultura (2011), a Casa de Vidro, também no Lago do Café (2016) e em 2019, o prédio famoso por ter abrigado o antigo Colégio Ateneu, pertencente à prefeitura, que passará a ser ocupado pela Secretaria de Educação do município.
Contabilizando os investimentos realizados em 2019, no total já foram investidos cerca de R$ 25,5 milhões em benfeitorias nesses prédios, cotizados entre a organização, expositores, patrocinadores e fornecedores. As obras realizadas propiciaram a realização de inúmeras atividades nesses locais, sempre em benefício da população
Fotos: Paulo Fleury / Circuito Fechado
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