Foi movimentado o evento de lançamento da campanha #aculpanãoédosmacacos, que tem o objetivo de conscientizar as pessoas em relação à Febre Amarela e ao fato de que os símios não são responsáveis pela doença e sim um termômetro para detectá-la.
A ação da A.A. Ponte Preta acontece em parceria com a AktuellMix, a Secretaria da Saúde do Governo do Estado de São Paulo e a Secretaria Municipal de Saúde de Campinas e envolve diversas personalidades brasileiras.
Muita gente legal compareceu ao lançamento e nós fomos conferir!
No jogo de abertura da quarta fase da Copa do Brasil entre “Ponte Preta x Náutico”, dia 11 de abril, o estádio Moisés Lucarelli será palco de uma ação de utilidade pública. Com dez agentes de saúde, o time de Campinas promoverá a partir da abertura dos portões uma campanha de vacinação contra a febre amarela disponibilizando cinco mil doses para os torcedores que estiverem aptos e levarem a carteira de vacinação.
No duelo, os jogadores entrarão em campo com uma camisa sem o escudo do time e a #aculpanãoédosmacacos em seu lugar. A ideia é que o escudo seja “oferecido” aos macacos para que eles se defendam das agressões. “A Ponte Preta busca atuar sempre em ações sociais e, neste caso específico, ficamos muito felizes em poder ajudar numa questão de conscientização de saúde pública. Além disso, ninguém gosta mais de macaco do que a gente”, destacou Eric Silveira, diretor de Marketing do clube.
Apesar das campanhas de vacinação já realizadas na cidade de Campinas, a região é uma das mais críticas. A área que compreende as cidades próximas já registrou 115 casos de febre amarela em humanos, com 40 mortes. Em relação aos primatas não-humanos (PNH), mais de 50% dos macacos encontrados mortos pela febre amarela estavam nesta região. A cidade já tem uma relação histórica com a doença que quase dizimou a cidade no século XIX.
De acordo com o último Boletim Epidemológico da Febre Amarela, disponibilizado pelo Governo de São Paulo (2 de abril de 2018), em todo o estado foram 374 mortes de primatas não-humanos (PNH) desde julho de 2016 –mais da metade desses animais são da região de Campinas. Entre os humanos, são 275 mortes confirmadas e 1273 casos no Brasil todo, do período de janeiro de 2017 a 2 de abril de 2018.
É importante ressaltar que os macacos não são transmissores da febre amarela mas, sim, as principais vítimas da doença. A presença de animais doentes em determinadas regiões serve como alerta de que o vírus está circulando – ou seja, são “indicadores da presença da febre amarela”.
Febre Amarela e a História de Campinas
No século XIX, Campinas quase foi erradicada por conta da epidemia de febre amarela, segundo historiadores e pesquisadores. Em 1889, a cidade – que era cotada para se tornar capital do estado – chegou a apenas 5 mil habitantes e registrou 58 mortes em apenas um dia. O auxílio do Rio de Janeiro, principalmente, e de outras regiões do Brasil foi determinante para a recuperação da população. Lycurgo de Castro Santos Filho e José Nogueira Novaes, autores de “A Febre Amarela em Campinas 1889-1900”, destacam nas páginas do livro que a “fênix renascida foi de propósito escolhida como o símbolo da cidade”, justamente pelo ressurgimento da cidade como uma potência nacional após o crítico período no fim dos anos 1800.
Fotos: Paulo Fleury / Circuito Fechado
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